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Foto do escritorAlisson Barreto

A Odisseia de Virusino

A odisseia de Virusino e seus familiares

Ao ligar a televisão para assistir a um documentário sobre animais, é fácil entender como eles se alimentam e reproduzem-se, no habitat em que vivem. Mas a situaçao é bem diferente nos seres não visíveis a olho nu, como os vírus. A presente estória é de Virusino, um vírus em sua busca por sobrevivência.



A história de Virusino


Virusino é da família dos Viruginaldos. Ele nasceu num organismo vivo e precisa de um organismo vivo para sobreviver. Não tendo capacidade de reprodução sem a utilização de outro ser vivo, ele e seus parentes infectam bactérias, fungos, plantas e animais, inclusive o ser humano. Portanto, são muito menores que as demais formas biológicas de vida.


Em seus hospedeiros, eles se utilizam do mecanismo de multiplicação celular que garantem a vida e a perpetuação das espécies para também se multiplicarem, utilizando suas estruturas genéticas para fazerem suas versões de si mesmos. A questão é como conseguir entrar nas áreas de multiplicação celular?

Não é tarefa qualquer. Para chegar lá e depois que conseguir seu objetivo tem que escapar dos anticorpos, que são os sistemas de defesa dos organismos. Virusino sai em busca de sobrevivência a todo custo e suas atitudes podem ocasionar a morte do ser vivo onde ele vive. E se o hospedeiro morrer com ele dentre, adivinha! Isso. Ele morre também.



Virusino sai em sua busca por sobrevivência e se encontrar um ser vivo cujos anticorpos não o matem ele atinge seu objetivo, mas se o organismo o mata ou morre, era uma vez Virosino. Como seguir adiante? Diversas são as estratégias encontradas pelos Viruginaldos. Eis algumas de suas estratégias: (1) multiplicar-se na maior velocidade que o organismo em que vivem permitir; (2) viajar a uma velocidade de até 160 km/h em um espirro de uma pessoa humana até entrar em outro ser vivo, pela respiração, deglutição ou pelas mucosas; (3) infiltrar-se em estruturas sanguíneas para se multiplicar e passar para outros organismos por meio do sangue ou estruturas de procriação; (4) fortalecer o hospedeiro para ficar mais tempo nele, como no caso de quando um vírus habita uma bactéria e favorece uma mutação nela para que ela seja mais resistente à penicilina; (5) esconder-se ao máximo para não ser pego pelo sistema imunológico do hospedeiro e (6) cair fora antes que o hospedeiro morra e continuar suas estratégias em outro organismo.


Nessa brincadeirinha, Virusino assume diversos nomes e passa de organismos mais variados para outros. Por exemplo, quando passa de um homem para um animal doméstico ou vice-versa ele é chamado de zoonose. Até em um mesmo organismo ele muda de nome. Sabia? Às vezes ele chega a uma criança com o nome de catapora ou varicela, consegue escapar e volta na velhice com o nome de HZ (herpes zóster). Enfim, o pilantra é manhoso.


Mas ardiloso é o mito do Virosino Conspirador. Mas se você não for MAIOR DE 18 ANOS ou for do tipo que se impressiona facilmente, não leia os trechos em letra azul e dê o texto por encerrado aqui mesmo.


 


A fabulosa história de Virosino Conspirador


O homem domestica animais, treina, adestra. Isso gera a sensação de que conduzir outras espécies só acontece de organismos mais complexos para os mais simples, uma vez que - até onde o homem sabe - o ser humano está no topo da cadeia evolutiva. Ledo engano.


Já ouviu falar em formigas e caranguejos zumbis? Parece assustador, não é mesmo? Mas não é ficção e eles não são os únicos seres vivos cujos cérebros ficam submissos ao interesse de seus hospedeiros. É uma espécie de Matrix na vida real de seres vivos (lembra do filme?).


Um adendo para tentar resumir alguns exemplos reais desse terror: (1) a barata refeição: um tipo de vespa ataca-a, neutraliza seu sistema neurológico, sequestra-a e a utiliza como alimento vivo para seus filhotes. (2) A formiga tailandesa: há um fungo que assume o comando do cérebro, conduz até um lugar propício à sua proliferação e efetua o comando letal, então ela crava uma mordiada na folha até sua morte. (3) o caranguejo transexual: há um tipo de crustáceo que infecta caranguejos machos, castra-os e os faz assumir comportamentos maternais com os quais o caranguejo adota seus filhotes hospedeiros, alimentando-os e protegendo. Outro caso de esterilidade por ação parasitária é o que um parasita faz nos pântanos californianos. Eles infectam (4) caramujos  comedores de fezes de aves, tornando-os estéreis para não gastarem energia e propiciarem mais nutrientes a eles. Quando suas larvas crescem, abandonam o caramujo e infectam pequenos peixes,  que se tornam (5) peixe suicidas, pois ao serem infectados seus cérebros passam a fazê-los nadar mais na superfície, aumentando em trinta vezes a probabilidade de serem comidos pelas aves. (6) Os Ratos sem noção: quando o protozoário transmissor da toxoplasmose se aloja em cérebros de ratos, sua primeira providência é inibir neles a fobia por gatos, levando a assumir riscos para serem deglutidos e chegarem ao sistema digestivo dos felinos, onde se reproduzem.


O Mito de Virosino Conspirador.


Como se sabe e até onde se sabe, não se tem conhecimento de bactéria ou nano-robô capaz de nocautear um cérebro humano e assumir o controle central. Quanto ao uso da informação, entretanto, sabe-se que informações deturpadas e com algumas características pode levar pessoas a comportamentos improváveis, como em casos que vão da violência de torcidas ao nazismo e outras linhas políticas.



Virosino Conspirador é um complexo informativo com a capacidade de camuflar-se e ser transmitido pela comunicação humana. Sua incrível forma de se multiplicar se dá por sua capacidade de sedução pela facilidade ou pelo orgulho, em seguida insere em seus hóspedes um interesse pró-ativo pela crença em que os fins justificam os meios.

Em alguns casos, os sujeitos atingidos pelo Virocino Conspirador acreditam que estão diante de uma grande conspiração social, que podem chamá-la de sistema ou apelidá-la com o nome de algum viés filosófico ou político. Em outros casos, o Virocino Conspirador promove no indivíduo um anseio por uma revolução ou guinada social que o leva a tramas incríveis em seus habitats. Sempre geram divisão nos vitimáveis, enquanto aglomeram adeptos, multiplicando-se ainda mais em seus hóspedes, infectados, possuídos, adeptos, viciados, escravos ou sectários, dentre tantos nomes que se podem dar, conforme a situação e o ambiente em que agem.



Os complexos informativos multiplicam-se em conglomerados humanos, expandindo-se até mesmo por correntes de pensamentos que parecem antagônicas. Quando atingem historiadores e escritores, geram livros educacionais que promovem seus interesses e geram uma visão distorcida do passado ou do futuro. Quando atingem lideranças políticas, põem países em riscos de guerras ou nelas próprias, além de sujeitarem seus povos à fome, falta ou distorção educacional e até epidemias e pandemias.


A má notícia é que os governos do mundo já são reféns do Virocino Conspirador. Alguns assumiram posturas em favor de práticas político-filosóficas que colocam homem contra homem e, defendendo os fins, eliminam muitos seres humanos, enquanto fazem a propaganda de que querem proteger pobres ou raças, ainda que não exista raça na espécie humana. Outros se voltam em oposição, porém, desconsiderando fontes, acabam caindo nas garras de outras versões do Virocino Conspirador, viralizando informações que servem à transmissão do agente viral.


Analisando os viruginaldos, percebe-se que os virocinos (Vs) se distinguem dos virocinos conspiradores (VConsps) porque enquanto os primeiros (Vs) são agentes biológicos, os segundos (VConsps) são agentes cognitivos. Dentro do grupo dos VConsp, há uma subclassicação menos relevante: os VConsps naturais e os VConsps virtuais. Isso porque os naturais fazem parte da criação (ex nihilo), os virtuais fazem parte das invenções. E a grande diferença básica é que os virtuais atingem máquinas, as quais são programadas para executar e, sem antivírus, nada podem fazer; enquanto que os seres naturais suscetíveis aos VConsps são inteligentes e dotados de autodeterminação, também chamada de livre arbítrio. Ou seja, o grupo dos que podem questionar e se oporem às sedutoras linhas de comando dos VConsps.


Num alto grau de contágio, por exemplo, tem-se uma fervorosa divisão entre direita e esquerda, ao ponto de um lado negar-se de aprovar algo bom que o hospedeiro do outro lado tente fazer (e vice-versa) ou usar de artifícios para defender algo ruim que hospedeiros de referência tenham praticado. Entre fanatismos e digladiações entre hospedeiros, o comando dos viruginaldos alcança sua meta: dividir os hospedeiros dotados de inteligência para que se envolvam com as informações corruptoras e não se deem conta de que podem eliminar o agente causador do domínio sobre sua espécie.



O homem muitas vezes já elaborou ficções em que entra em um computador e ali a trama se desenvolve. Será que um homem se submeteria a isso para salvar uma máquina de um VConsp-virtual? Ainda que pudesse e o fizesse não seria um ato muito inteligente morrer sem voltar à vida para salvar uma máquina inventada, não criada. Há cerca de dois mil anos, o Criador-Filho Se fez homem para salvar a humanidade dos viruginaldos, mas os homens contaminados como estavam mataram-no. Aquele que é a Verdade foi crucificado por aqueles que estavam imersos na corrupção de informações. Encarnou-se para dar à humanidade o exemplo de homem não contaminado pelos viruginaldos e submeteu-se à dolorosa morte para restaurar a humanidade à vida, por meio de sua ressurreição.


Nesta semana que se iniciou no dia 22 de março de 2022, a humanidade celebra a quarta semana da quaresma, preparando-se para a comemoração da vitória do Criador-Filho sobre a morte. Imersa na situação calamitosa de uma pandemia, suplica ao Céu socorro, enquanto busca proteger-se do seu terrível agente pandêmico. Dolorosamente, ainda assiste a seres humanos que se dão a duas terríveis mazelas: (A) a dos que insistem em focar mais na divisão entre seres humanos do que na unidade e (2) a dos que buscam a tosca união na tentativa de pôr no mesmo patamar venerador o Criador e os viruginaldos.


Sinto muito, humanidade, mas fazer carnaval enfatizando o VConsp e depois fazer musiquinha em revista eletrônica venerando o VConsps ao lado do Criador-Filho é de uma cega atitude tamanha que só estando totalmente dominado pelos viruginaldos para não perceber.


Em outras palavras, se a humanidade quiser sair das atuais trevas, precisa escolher entre ou a Vida ou a morte, que é a mesma que escolher ou o Criador ou os vconsps, bem como ou Deus ou o dinheiro. Uma dica: escolha a Vida.


Maceió, 23 de março de 2020.


No amor da Mãe do Criador-Filho e suplicando a cura a Nosso Senhor Jesus Cristo,

Alisson Francisco Rodrigues Barreto

Sobre o autor:

Alisson Francisco Rodrigues Barreto é poeta, filósofo (Seminário Arquidiocesano de Maceió), bacharel em Direito (Universidade Federal de Alagoas), pós-graduado em Direito Processual (Escola Superior de Magistratura de Alagoas), tendo também cursado, parcialmente, os cursos de Engenharia Civil (Universidade Federal de Alagoas) e Teologia (Seminário Arquidiocesano de Maceió). Autor do livro “Pensando com Poesia” e escritor do blog “Alisson Barreto” (outrora chamado de “A Palavra em palavras”), desde 2011, e da Revista Pio.


 

Alisson Barreto na internet:

  • Site pessoal: Alisson Barreto, acesso em https://sites.google.com/view/alissonbarreto

  • Revista pessoal do autor: Revista Pio, acesso em https://alissonbarreto14.wixsite.com/revistadigital-pio

  • "Blog" do autor: Alisson Barreto, acesso em http://tribunahoje.com/blog/a-palavra-em-palavras/


  • Twitter: @alissonbarreto1 (acesso em https://twitter.com/alissonbarreto1)

  • LinkedIn: @alissonbarreto1 (acesso em https://www.linkedin.com/in/alissonbarreto1/)


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